quarta-feira, 17 de março de 2010

Pornósticas




talvez teu sexo
pese ainda sobre mim
-- signo flutuante desenvolvendo carne
e houve maneira menos polida
(em glórias e epopeias)
de agarrar-te os seios...
bem sei que todas as virtudes findaram-se em guerras
e que era preciso a fome
para penetrar-te a nádega
a mesma que me transcendera
o gozo já despido em desmemória
tenho o lábio e o pênis
a mão e a pluma
e tenho bem mais que a perversão
de todo verbo que, no fim, é pura carne
e carne desnuda

II

Tua nádega tem torpor todo elegíaco
dupla duna a oferecer-me a consumação
do inexplorável
pois que tens um universo pubescente
botão tímido em sua ocultação
-- deixa-me consumá-lo
e lavrá-lo na excedência de minha ancestralidade...

III

o meu verbo nada pode contra tua língua
-- a cálida a absurda a húmida --
que me perscruta a cabeça ancestral ausente de cérebro
suga, pois, meu âmago
e espera eu transbordar-te o lábio consumado
já desse líquido disposto

à minha geração futura...

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