sábado, 17 de setembro de 2011

CÉTICA





Viu a chaga do teu semelhante?
Olha, olha um pouco
vê as barbas dos desvalidos
as lidas dos idosos
vê as rugas dos octogenários
o cansaço dos centenários.

Não passaram sobre eles o tórrido moinho da vida?

Os vegetais apodrecidos
as cadeiras gastas, as molas inválidas, os cactos murchos

Olha, vê como passaram sobre eles
o tórrido moinho da vida.

Enxerga o ônibus perdido
o gelo derretido, o tecido puído, o beijo insentido
você viu aquele desconhecido?

Neles todos o tórrido moinho da vida.

Não percebes as raivas desfeitas?
os orgulhos ilegítimos, as desculpas falhas,
não? Não percebes como o pêlo cai?
como o dente careia? Como a saliva seca?

Olha, vê como são breves os medos
o salário, o afago, o sexo, vê?
A prece? A prece é curta
raso todo culto
Deus? Onde?

Ali, olha, par de chinelos esquecido
mortalha posta, alimento azedo, resíduos
restos de coisas em desuso

Não terá sido tudo levado
pelo tórrido moinho da vida?

Não?


sábado, 7 de maio de 2011

Poemas do livro O CORPO ARCAICO

POÉTICA DA FINITUDE

Escreverei um dia o poema de finitude.
Não trará novidades, reinvenção do passado
ou cacos de futuro. Não dirá a cura da chaga
ou lamina que, posta, fere a lascívia.
Não eximirá palavras alentas, comoção alguma
nem funduras nem beiras.
Não exporá a extinção da pele, a supressão das eras
o armagedom dos lapsos.
Não proclamará revoluções, lonjuras humanas,
nenhum gozo, mulher ou política.
Nenhum acaso de esquina, prece alguma, leve evento
de vida humana. Nada.
Um poema de finitude
– finito, ele mesmo, enfim.



SÓ RESTA DANÇAR UM TANGO ARGENTINO

Todo acordar é uma mentira.
É falso escovar os dentes
engomar a roupa
o café o pão o leite é uma mentira.

As notícias no jornal, as crises do mundo
o vendedor na esquina
o vizinho absorto

tudo mentira.

É falso teu trabalho teu cigarro
as dívidas os consórcios
o orgasmo da tua mulher

é falso

a coroação de amigos
a celebração dos anos
o juízo final

tudo mentira

nas guerrilhas
nos partidos políticos
na confederação dos homens.

Mentira
tudo mentira.



DIACRONIA
É preciso a poesia
da diacronia.

O pão amargo
o vinho escasso
o terror da
fatia.

O pote cheio
a mesa farta
a casa
vazia.

O primeiro andar
a queda
o prazer da
agonia.

Aquela fome
aquela cede
a comida que
não sacia.

A carne e o afeto
a mulher o descaso
o gozo que não varia

O peito largo
a mágoa dada
o vinho a noite lúdica
e nenhuma
poesia.

É preciso a poesia
que tardia.



VODKA E PASSÁRGADA

Sinceramente eu esculpiria
uma estátua súbita de Hilda Hilst
transaria com a melancolia
de Clarisse.

Sinceramente

eu incendiaria os galpões antigos
da memória e certo erraria
com Jack Kerouac.

Encontraria o xamã de Morrison
e um poema suicida
para Hendrix.

Rasgaria todas as páginas de Freud
as máximas de Marx e fugiria
tão certo eu soubesse onde Passárgada estaria.

Sinceramente.






DESCOMPLETUDE


A vida toda é um gastar-se.
Esgotam-se o sumo dos tempos
as refeições as salivas
esgotam-se.

Esgotam-se as ilíadas da infância
as lidas os heroísmos
os óculos
esgotam-se.

Gastam-se os dilúvios
os quintais as estações
os enxovais
gastam-se.

A vida toda é um não bastar-se.
Não basta o beijo primeiro
o primeiro delírio
a primeira esquina.

Não basta

os móveis desarrumados
os lençóis incertos
a primeira veia
o primeiro desamor
não basta.

A vida é um gastar-se
– e não basta.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O CORPO ARCAICO, meu livro de poemas


Capa de O Corpo Arcaico, meu primeiro livro de poemas. Quem desejar saber mais sobre o livro ou comprar o mesmo, escreva para meu email: renatopessoa_21@hotmail.com

sábado, 26 de fevereiro de 2011

FILOSOFIA : da certeza a suspeita, da suspeita ao salto


De certo modo a história da filosofia é a história da suspeita e uma metáfora do salto. Podemos compor a filosofia como a história de um pensamento que salta, que busca longitudes, que transcende limites conceituais e procura romper o habitual, as certezas mal formuladas, os dogmas da existência, o comum; instaurando, com isso, uma nova visão acerca das coisas ou, para ser mais exato, uma nova interpretação dos eventos do mundo. Toda a filosofia é uma aventura da suspeita e, assim, uma aventura do homem em busca de explicação de si mesmo e dos fatos que o compõem como ser. Sob este prisma não há outra negação da ação do filosofar senão o comodismo. Um pensamento que suspeita é um pensamento ativo, disposto sempre para o salto e para o encontro com as paragens mais ocultas do ser das coisas – a busca que é, por si mesma, ação, pragmatismo solene e positivo, negação irremediável do cômodo. Todavia não basta que o pensamento filosófico seja antagônico ao comodismo, é necessário tornar-se ele mesmo incômodo.

Um pensamento filosófico genuíno, além de suspeitar das estruturas aparentes do mundo, precisa incomodar. Daí entendermos porque a popularidade é tão perigosa para a filosofia. Quando um filósofo torna-se a voz unânime de um povo ou de um tempo, um dos dois é falso, ou há, em ambos, uma incompreensão recíproca. Não há a filosofia de um tempo, assim como não há o filósofo de um tempo; o que há são filosofias e filósofos, suspeitas diversas, saltos muitos, interpretações várias. E, naturalmente, há uma razão de ser para tudo isso: é a instauração da suspeita contra a certeza.

Reconhecemos que não há nada tão incômodo quanto questionar aquilo que nos parece, desde sempre, correto, certo, irrefutável. Dificilmente nos perguntamos, com honestidade, quando passamos a ter certeza de alguma coisa, quando tomamos essas certezas como algo irrefutável, quando, afinal, passamos a crer naquilo que julgamos realmente acreditar. A certeza é algo tão determinante que, nós, humanos, muitas vezes, morremos por ela, pois julgamos a vida sem sentido se a perdemos. Aliás, perder a certeza de certas coisas nos parece, no fundo, a própria constituição da morte. Como cremos que é a certeza que dá sentido, firmamos a convicção que, sem certeza, não há sentido, inclusive de viver. Não sabemos por certo onde começa a certeza. Quando nascemos, muitas já estão entre nós, povoando nosso mundo, inflando os homens, dando-lhes sentido de ser e de estar. A moral, a religião, a política, a cultura, tudo afinal composto de certezas que, a rigor, não entendemos sua gênese, seus dispositivos, suas configurações; sabemos, na prática irrefletida, que elas também nos servem. Servimo-nos das certezas como uma espécie de escudo, de muralha, contra tudo que nos ameaça à convicção. A convicção, aliás, no fundo, é filha legítima da certeza. Certa vez Nietzsche escreveu que o maior inimigo da verdade não é a mentira, mas a convicção. É preciso que entendamos isso de imediato: a verdade não aspira, propriamente, à certeza. Uma verdade não é um composto de certezas e, em muitos casos, a certeza opõe-se à verdade. Eis, pois, que a verdade não deseja a certeza – deseja o certo.

O mundo é inundado de certezas. Constantemente somos alvos de inúmeras certezas, de excedentes opiniões acerca do que somos, de como devemos pensar e agir, de como devemos nos moldar no mundo, com os outros e consigo mesmos. Sempre há alguém ou algum dispositivo social nos dizendo como devemos viver. Somos rebentos de uma cultura específica com códigos de conduta, moral, religião, estética, tão bem definidos que julgamos, participando dela, ser algo imutável, perene. Muitos de nós ainda não experimentamos a noção de que certeza é com certeza uma construção, e, paradoxalmente, uma construção da dúvida. Para se vencer a certeza é necessário superar a opinião. Os gregos chamavam a opinião de doxa. Por doxa devemos entender a opinião irrefletida, muitas vezes mítica, aceitas pela maioria das pessoas sem contudo refletir sobre razões de ser e estar de tais opiniões. A doxa é fundada na tradição e tem, como princípio, a disposição de não ser questionada. Contra a doxa os filósofos gregos instauraram a episteme. A episteme nasce de um processo de reflexão comprometida com a sinceridade intelectiva, promovendo o conhecimento do ser. É o conhecimento efetivo construído pela reflexão, acompanhada pela pesquisa daquilo que se pretende conhecer.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Realismo político em Nicolau Maquiavel

Introdução

Nicolau Maquiavel é, entre os pensadores que, de forma teórica, gestaram a modernidade, o mais controverso no cenário do pensamento político Ocidental. Seu nome está ligado a uma espécie de julgo político que privilegia os atos de poder político sem, no entanto, ocupar-se das significações morais. O termo maquiavelismo nos remete, até hoje, uma carga toda negativa, indicando ausência de escrúpulos de quem pratica qualquer ordem de poder político. Acusado por muitos de corruptor, de inescrupuloso, de insensível à política com artefatos de fundamento moral, Maquiavel figura, sem dúvida, na imensa galeria de pensadores tão mal entendidos. Grande parte dessas interpretações se deve a seu realismo político, muitas vezes radical. Maquiavel é um pioneiro no pensamento político da modernidade. Inaugurou uma época.

Nicolau Maquiavel nasceu em 1469 e faleceu em 1517. De família tradicional, mas não abastada, Maquiavel recebeu uma boa educação humanista e durante quatorze anos foi secretário da república de Florença, adquirindo na prática uma formação de estadista que, posteriormente, lhe fornecia a base para suas obras políticas. Em 1512, com a volta dos Médici ao poder, demitiu-se do seu cargo. Excluído da atividade política e limitado a uma vida isolada no campo, esperou por uma transformação no quadro político escrevendo peças teatrais. Em 1520, chamado de volta pelos Médici, retomou a sua modesta atividade política, mas esse relativo sucesso lhe valeu, enfim, uma última desilusão, posto que, 1527, restaurada a republica florentina, Maquiavel foi novamente preterido. Morreu, pois, desiludido com as ações políticas de seu tempo.

1. Moral e política

Maquiavel despreza o pensamento político da Idade Média, para ele, não há a De Monarquia, de Dante, e proclama que a origem do poder não é divina, mas, sobretudo, se encontra na força. Ora, quem governa o Estado deve seguir os preceitos morais? A política, pois, deve ser pautada segundo preceitos éticos? Maquiavel responde de modo realista, quer dizer, vai buscar na experiência da prática das ações políticas. Assim, para ele, o triunfo do mais forte é o fato essencial da História. Existe, sim, uma relação entre moral e política, mas essa relação deve ser investigada na sua verdade efetiva, ou seja, nas realidades de fato, e não segundo princípios abstratos. Assim, escreve Maquiavel:

“Parece-me mais conveniente perseguir a verdade efetiva dos fatos, em vez da fantasia. Muitos imaginaram repúblicas e principados nunca vistos nem conhecidos na realidade (...) um homem que queira sempre se comportar como bom, entre tantos que bons não são, acaba por arruinar-se. Portanto, é necessário que um príncipe, para se manter como tal, aprenda a não poder ser bom, e usar isso ou não, segundo a necessidade”. (Maquiavel, 2005)

A política deve usar todos os instrumentos que garantam o seu sucesso. A moderação também é necessária, porém a bondade sistemática termina por comprometer a ordem da sociedade, produzindo danos ainda maiores do que o mais realístico uso da violência. Certamente, afirma Maquiavel, o ideal, para o príncipe, seria ser ao mesmo tempo amado e temido, mas, na prática, constitui ambas as coisas fatos inconciliáveis. Quem governa o Estado, portanto, deve decidir a cada vez com base na oportunidade. Em todo caso, o que não deve fazer é submeter às praticas de governo às normas da ética individual, meramente subjetiva. Portanto, nos ensina Maquiavel, em política, a piedade produz mais danos do que vantagens:

“assim, um príncipe, para manter seus súditos unidos e leais, não se deve preocupar com a fama de cruel; porque, com pouquíssimos exemplos, por excesso de clemência, deixam que as desordens prossigam, provocando mortes e roubos; posto que estas costumem atingir a inteira coletividade, quando as condenações do príncipe atingem um individuo em particular. E, entre todos os príncipes, o príncipe novo não pode evitar ser considerado cruel, porque todos os Estados novos são cheios de perigo”. (Maquiavel, 2005)


2. O papel do príncipe – uma política realista

Visto que o papel da política consiste na ação real na busca das relações de poder, e, por isso, não pode encerrar-se nos preceitos morais e éticos do individuo, logo a ação do príncipe deve, pois, mover-se na busca de sustentação do poder, mesmo que isso, no fundo, suponha o uso da violência, Maquiavel busca pensar em que consiste o papel social do príncipe. Segundo Maquiavel, são quatro as maneiras de se conquistar um principado. Conquista-se pela virtu, pela fortuna; pela perversidade e pelo consentimento dos próprios cidadãos. É interessante notar que virtude, para Maquiavel, não significa qualidade moral, mas força, ação. Os que conquistam o poder pelas virtudes próprias e com as próprias armas lutam mais para adquirir um principado, mas quando o conseguem terão mais facilidade em conservá-lo. Fora isto, deve o príncipe amedrontar, intimidar, constranger os vencidos para que eles silenciem, pois, visto o oposto, Os vencidos tornam-se bem mais violentos e capazes do que o príncipe benevolente. O príncipe, então, deve ser forte e estar sempre suficientemente armado. Ora, é fácil persuadir um povo, mas é difícil mantê-lo persuadido. E, por esta razão, tudo deve ser mantido e preparado de tal forma que, quando o povo não mais confiar nem crer no governo, seja obrigado a acreditar pela força. Daí a importância de ser temido, em vez de amado. Para Maquiavel o temor das penas produz mais vínculos políticos do que o amor. Assim:

“Os homens tem menos cuidado em ofender alguém que se ama do que alguém que se faça temer; por que o amor se sustenta em um vinculo de reconhecimento, que os homens, sendo maus, podem romper sempre que lhes convenha; o temor, todavia, sustenta-se no medo de ser punido, que não nos abandona nunca. O príncipe deve se fazer temer de modo tal que, mesmo sem se fazer amar, não se faça odiar; porque se pode ser temido e ao mesmo tempo não odiado; e isso será possível respeitando os bens de seus cidadãos”. (Maquiavel, 2005)



O príncipe, para defender a manutenção do seu principado, deve, pois, ser mais temido do que amado. O ideal seria ser igualmente amado e temido, mas isto não é fácil. Então, é preferido ser temido. Os homens quase sempre são ingratos, inconstantes, dissimulados, pusilânimes diante do perigo e ambiciosos. Oferecem tudo ao príncipe desde que o perigo esteja distante. O príncipe, e sobretudo o príncipe novo, deve entender tudo isso, ser capaz de comandar com força, virtude, energia, ser temido sem, todavia, ser odiado. É na construção conceitual da ação política do príncipe que consiste o realismo político de Maquiavel. Libertando a política dos fatos abstratos de uma certa impulsão divina e pautada na ética individual, Maquiavel confere à política um status absolutamente novo dentro da História. A política passa a ser, então, auto-referente, quer dizer, ela é autônoma com suas leis e condutas. Para que isso ocorra, é preciso superar as antigas antinomias da política convencional. Maquiavel conseguiu, com seu Príncipe, algo maior. Não só superou as contradições de uma política fundamentada por uma moral, mas fundou uma analise moderna de se pensar a política. A modernidade nasce, pois, segundo uma regra de realismo político que mudaria o curso dos modos como pensamos e exercitamos a política. Maquiavel é um fundador. Um legitimador de uma época e de uma ação política que, embora escrito e teorizado no século XVI, parece hoje tão atual.






























Política da esperança ou da conveniência?




Talvez nunca uma eleição no Brasil suscitou tamanha apatia. Entre os jovens, sobretudo, pairou aquele sentimento de que o voto – instrumento efetivo para a construção de uma mudança social – é apenas uma obrigação cívica. Basta perceber o expressivo número de votos nulos e a recordista eleição de candidatos midiáticos, bizarros e de aparente descompromisso político. Por certo a candidatura de Tiririca é a grande metáfora dessas eleições. O deputado mais votado do país é um palhaço, sem escolaridade mínima e jocoso – riu e ridicularizou as eleições, riu e ridicularizou os eleitores, riu e ridicularizou a democracia, que, legítima, o elegeu. Mas, no fundo, Tiririca não terá sido apenas uma tradução do que pensamos, em geral, dos políticos? O que queremos dizer elegendo um palhaço? O sentimento que fica é que, na verdade, sempre foi assim. No geral, as eleições 2010 demonstraram que, cada vez mais, votamos por conveniência; quando, na verdade, deveríamos estar votando por esperança. Há muito não há mais Lula. Há muito não há mais PT como alternativa de esquerda. Ninguém mais ousa falar em socialismo. O que restou? Quais alternativas temos?Um jogo absurdo de partidos, coligações cuja finalidade única é o monopólio político. Nem Dilma Roussef, muito menos José Serra, representaram verdadeiras alternativas para o eleitor brasileiro. No fundo, não acreditamos neles. Tivemos, por uma questão de dever cívico, que eleger alguém. O sentimento dos eleitores que compareceram às urnas nessas eleições de nada se assemelha com aquele sentimento dos que compareceram em 2002, quando, pela primeira vez, em quinhentos anos de história, um operário, um homem oriundo do povo, assumiu o mais alto posto político do país. Era ali circunstância de esperança. Nós, os jovens daquele momento, vestimos, literalmente, a camisa da campanha. Militamos. Fomos às ruas pedindo Lula no poder. Acreditávamos que, naquele momento, estávamos ajudando a construir uma nova ordem política para o Brasil. Estávamos elegendo um futuro promissor, estávamos superando um passado político de desmandos e atrasos. E, hoje, no final do segundo mandato de Lula, sentimos, é verdade, alguma frustração. Mudaram-se os atores, permaneceu a tragédia. Mas, no total, enxergamos o progresso enfim tão almejado – embora um progresso parcial e assistencialista. Não desejo, evidentemente, fazer apologia ingênua aos discutíveis progressos do governo Lula. O que digo é que, de fato, Lula significou a última voz de voto de esperança. O último líder que moveu as expectativas dos jovens. Não há, com efeito, no cenário da política nacional, um político que represente hoje uma alternativa plausível de mudança social e política. E no íntimo todos nós compreendemos isso. Hoje a política é da conveniência. Chegamos enfim ao cínico ato de “votar no menos ruim”. O que restará, no futuro, para os jovens? Quais serão seus líderes políticos? Quais mitos revolucionários eles se espelharão? É preciso muita reflexão. Mas é preciso, antes de tudo, a esperança, para que, no futuro, não tenhamos que descrer da política elegendo palhaços

sábado, 18 de dezembro de 2010

POEMA

Do lado de dentro
não há avesso

um poema finda-se
e não há começo

eu te compro
e não há preço

tu me tens
e não há apreço